segunda-feira, 11 de junho de 2012

O Diabetes

Problema de saúde pública e um dos maiores culpados pelos altos índices de acidentes vasculares cerebrais no país, por doenças cardíacas, por nefropatologias e hemorragias, e ainda existem pessoas que não conhecem o diabetes, e só passam a conhecê-lo quando é tarde demais.

Mais de 12 milhões de brasileiros são portadores de algum tipo de diabetes, e o que não falta são sites explicativos sobre a doença.

O diabetes é bem estratificado no quesito "causa da doença", podendo ser de origem genética (relacionado à auto-imunidade), desenvolvida durante a vida (com fatores genéticos influentes) ou mesmo pela deficiência de hormônios não tão conhecidos como a insulina.

1) Diabetes mellitus: (mellitus, do latim "mel; doce") Pode ser dividida em dois tipos:
                         
TIPO 1: Este tipo de diabetes está relacionado com a insuficiência ou resistência dos tecidos à insulina, hormônio regulador da concentração de glicose no sangue, produzido no pâncreas, mais especificamente nas células β das ilhotas de Langerhans. Sua causa pode ser auto-imune; o próprio sistema imune do portador reconhece as células produtoras de insulina como antígenos, provocando a apoptose dessas células e consequentemente a carência desse hormônio. É o tipo de diabetes mais agressivo e deve ser tratado com doses diárias de insulina sintética, o que quase sempre é um incômodo na vida do portador. Por ser de herança genética e auto-imune, a probabilidade do desenvolvimento da doença na infância é altíssima.

TIPO 2: Este tipo de diabetes está associado ao hábito alimentar e muitas vezes está associado também a casos de obesidade. O pâncreas, na parte endócrina, atua por um processo chamado feedback, no qual a produção de insulina é estimulada pela alta concentração de glicose no sangue. Pessoas com hábitos alimentares não saudáveis, que ingerem porções de açúcares constantemente (como as pastilhas "drops", "Tic-Tac") ao longo da vida, tendem a manter os níveis de produção de insulina constantes, provocando a deleção do efeito feedback. Em outras palavras, o pâncreas "se acostuma" a produzir doses pequenas e constantes de insulina, não suprindo as necessidades de insulina, por exemplo, de um pós-refeição, aumentando exacerbadamente a concentração de glicose no sangue.

2) Diabetes insípida: ("Insípida" = sem sabor) Apenas um único tipo:

Deficiência anti-diurética: nossa hipófise posterior (porção da hipófise ligada ao hipotálamo) é responsável pela secreção de um hormônio hipotalâmico cujo nome é "hormônio anti-diurético" ou mesmo ADH. Sua função é evitar a excreção excessiva de água em condições de desidratação. Atua diretamente nos túbulos distais dos néfrons e estimula a reabsorção de água nos túbulos renais. Em um organismo que tenha carência deste hormônio (disfunção neuroipofisiária genética ou idiopática), além de urinar excessivamente, há grandes riscos de desidratação. Diminuindo a concentração de água no plasma sanguíneo, a concentração de glicose e outros solutos aumenta. Portanto, não é um diabetes pelo excesso de açúcares, mas sim pela ausência de água.

A sintomatologia de todos os tipos de diabetes, com suas correções de proporção de sintomas por tipo, é bem ampla. Sistema nervoso, rins, olhos, coração, sistema vascular são os principais alvos da doença.

Todos os orgãos e sistemas supracitados são afetados pela condição diabética chamada "disfunção endotelial". O endotélio é uma musculatura lisa que reveste internamente os vasos sanguíneos e está associado com a vasodilatação e vasoconstrição. A alta concentração de glicose no plasma acarreta em consequências como a diminuição da produção de óxido nítrico (vasodilatador sintetizado pela enzima "sintase de óxido nítrico" através do aminoácido L-arginina e do gás oxigênio) e o aumento da produção agentes antagônicos, como a endotelina, que é um vasoconstritor. Com a constrição dos vasos sanguíneos, há um aumento da pressão sanguínea, promovendo a produção de trombos e coágulos, assim como aneurismas.

A visão turva e a posterior cegueira de diabéticos críticos está associada ao que acabei de explicar. Com a vasoconstrição generalizada dos vasos que irrigam a retina (local onde a imagem é formada) e o nervo óptico, as células começam a morrer por acúmulo de radicais livres e falta de oxigênio e nutrientes.

Os aneurismas e trombos são os responsáveis pelos acidentes vasculares cerebrais. Os nervos são também afetados pela lesão dos vasos sanguíneos que os irrigam, na chamada "neuropatia diabética".

Os rins também são afetados. Na lesão dos vasos sanguíneos que irrigam os rins, estes não conseguem filtrar corretamente o sangue, provocando um acúmulo inadequado de excretas nitrogenadas no sangue e outros resíduos tóxicos. Com os nervos insensibilizados, a urina dilata a bexiga urinária e o diabético não percebe de imediato, acumulando urina por muito tempo. A glicosúria (urina com alto teor de açúcares) gera um ambiente propicio para a proliferação de bactérias como a Escherichia coli, ocasionando infecções urinárias.

O coração é afetado pelos problemas vasculares também. Os trombos podem atingir as artérias coronárias, podendo ocasionar infarto.

Problemas de coagulação também. O excesso de glicose não permite a eficiência da atuação das proteínas da cascata bioquímica de coagulação, o que é um problemão. Quando diabéticos se machucam, principalmente nas extremidades do corpo (pés e mãos), o sangramento é constante e a dor não é disseminada, pois os nervos estão insensibilizados. Então qualquer ''cortinho" pode ser um problema.



Para mais informações, deixo o site oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), com informações idôneas sobre a doença. Se precisar pesquisar, pesquise nele e cosulte o seu médico.

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